“Desde antes, o Senhor nos amou e continua a nos amar!”
“Como é gostoso escutar Deus nos falando, por meio do profeta Oseias, de um
amor presente desde outrora, no caso de Israel, quando ainda era criança, ou seja, estava
iniciando o seu caminhar.
Desde o Egito, o Senhor já o amava.
Que amor é este que está presente desde as nossas origens?
Que nos encaminha para a vida com Ele.
Nos fortalece e, se caímos, nos ajuda a levantar.
Se enfraquecemos, nos ajuda a fortalecer.
Se nos cegamos, nos ajuda a enxergar.
Que amor é este que, se nós o negamos, nos ajuda a reencontrá-lo?
Se nos desesperamos, ele nos ajuda a esperançar.
Se perdemos a fé, ele nos ajuda a acreditar.
Se perdemos a paz, ele nos ajuda a pacificar o que em nós é tormenta.
Se perdemos as forças, ele nos ajuda a fortalecer-nos.
Se nos desanimamos, ele nos encoraja.
Se nos ferimos, ele nos cura.
Se nos ressentimos com alguém, ele nos ensina o caminho do perdão.
Se falhamos, ele nos ajuda a aprender com as falhas.
Que amor é este?
Que nos ama no verso e no reverso da vida, que nos ama em nosso amor e
em nosso desamor, mesmo a Ele?
Que amor é este?
Que nos atrai, mesmo quando dele fugimos.
Que nos trata com laços de humanidade, mesmo quando nós nos revelamos desumanos.
Que nos embala nos laços de amor, mesmo quando nós odiamos ou deixamos de amar alguém.
Que amor é este?
Que nos carrega no colo, mesmo quando nós nos esperneamos como
crianças mimadas diante d’Ele e da vida.
Que amor é este?
Que é capaz de se rebaixar a nossa pequenez para nos reerguer a partir dela.
Que nos alimenta quando sentimos fome.
Que nos abraça quando nos sentimos sozinhos e isolados.
Que amor é este em tempos de pandemia?
Somente, diria São Pedro Julião Eymard, um amor exagerado, um amor
que ama para além de si mesmo, um amor que ama, nos ama para além do dever.
É o amor de Deus!
Esse amor que nos comove e nos remove dos lugares mais sombrios e escarpados da vida.
Como o Senhor fala ao profeta e a nós, por meio do profeta: “Meu coração
comove-se no íntimo e arde por vós, de compaixão”!
É o amor de Deus.
É o amor em seu Filho e de seu Filho, na força do Espírito.
É o amor Trinitário e, ao mesmo tempo, é o amor do Pai, é o amor no Filho e no Espírito!
Tratados com tanto amor, não temos o direito de querer esse amor e, ao mesmo tempo,
de negarmos o amor a quem não nos ama ou a quem nos fere mesmo nos amando.
Não temos o direito de querer que Deus nos perdoe de tudo e sempre.
E se nós não nos dispomos a fazer o caminho do perdão a quem precise e mesmo não nos pedindo!
Ora, meus irmãos, um amor tão grande nos faz exercitar também num amor grandioso,
mesmo em nossa pequenez”.
Padre Marcelo Carlos da Silva, sss
Hora Santa Pela Saúde e Paz no Mundo – 09/07/20
Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem – BH