“O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal” (Mateus 13,41).
Louvado seja o nosso bom Deus que abriu os nossos olhos para darmos início a esse novo dia da nossa existência no mundo, louvado seja Deus a possibilidade de nós concretizarmos com diversas atividades a nossa missão, somos mais do que gratos a Deus pelo dom da nossa vida, somos agradecidos e reconhecemos que Deus age muito por amor a cada um de nós, é Ele que vai nos conduzindo no vale deste mundo, nos ensinando o caminho que não é torto mas é reto e que nos leva a salvação.
Reconhecer a ação de Deus é uma virtude, eu sei meu irmão, minha irmã, você que nos acompanha diariamente através desse áudio da fé, que em algum momento ao longo do dia, você agradece a Deus, você reconhece que ele tem feito maravilhas na tua vida.
Evidente que a vida não está fácil para ninguém a humanidade toda está sentindo o peso de uma epidemia, sentindo as consequências dessa situação para buscarmos a sobrevivência do distanciamento social, mas para aqueles que confiam no Senhor, para aqueles que sabem que tudo nesse mundo passa, menos a promessa de Deus de gerar vida e vida em plenitude, a vida se torna bem mais leve diante de todo esse deserto que estamos atravessando.
E que sim. seja feita a vontade de Deus que a vontade do Senhor supere todo e qualquer desmando humano e que possa nos fazer pessoas melhores após esse tempo, de deserto, de travessia, de epidemia, mais humanos, mais humildes, mais solidários, mais atentos à mãe natureza e com certeza muito mais confiantes naquilo que que vem de Deus e não simplesmente do mando humano.
O Senhor Jesus hoje, no seu Evangelho, nos explica mais uma parábola que Ele no domingo passado apresentava as multidões, comparando o Reino dos Céus. Ele comparou tão bem a semeadura de boas sementes com o joio.
Joio que nós sabemos, que também vem através da semente, porém não tem utilidade, não serve para mais nada. E interessante porque a parábola é usada na linguagem bem agrícola, como se Jesus estivesse falando para homens e mulheres que plantam, que semeiam. Jesus sempre usamos o recurso no linguístico, as parábolas, para que o povo entendesse rapidamente a sua mensagem, não usava discurso rebuscado, palavra difícil ou erudita, mas uma linguagem que tocava imediatamente os corações daqueles que o acompanhavam.
E a parábola não é mais do que uma novela, uma história, que Jesus criava, com personagens, com situações e que ao final da parábola, aqueles que o escutavam tiravam algumas respostas, algumas conclusões para sua vida, as pessoas iam se inserindo dentro da parábola e iam se vendo e iam também tomando consciência dos seus erros ou das suas possibilidades de opções futuras. E Jesus apresenta aquela parábola, o Semeador, saiu a semear e ele semeou sementes boas, no campo preparado para receber estas sementes, só que ao passar do tempo o inimigo do semeador, também visitou o campo e semeou sementes de joio e não foi de trigo, foi de joio e começaram a brotar essas duas qualidades de semente, trigo e joio.
Todas as duas impermeabilizadas entre esta terra e vão crescendo e cada vez mais aparecendo de forma bastante visível, a espiga e o joio e chega um momento em que colaboradores do Semeador chegam e dizem: Senhor, nasceu entre o que tu semeaste, joio, nós vamos arrancar! E prudentemente, o semeador disse, olha, não, não deve tirar o joio agora, deixa crescer, deixa se tornar bastante visível, para que assim a gente possa tirar o joio, sem ferir o trigo.
Isso trouxe então a experiência, de entendermos que, aquele que semeia é Jesus, a terra é o mundo visitada pelo bem e pelo mal, a semente que não é boa, a semente do joio, não foi semeada por Jesus, foi semeada e é semeada pelo maligno, o inimigo de Deus, aquele que se fez inimigo de Deus, aquele que não quer que nós estejamos do lado do Senhor. A prudência que Jesus apresenta é a prudência Divina, é aquela prudência de dar tempo ao tempo, no momento certo Deus com sua pedagogia, vai nos corrigir e vai ceifar, e vai cortar aquilo que não presta na nossa vida, meus irmãos.
O tempo de Deus é disciplinar, o tempo de Deus corrige, por isso o Senhor não faz nada na nossa vida de um dia para o outro. Enquanto tivermos sopro de vida na passagem por esse mundo, Deus pedagogicamente estará fazendo a distinção entre o trigo e o joio na nossa vida. Temos muito a oferecer como trigo, para gerar massa de vida, para alimentar este mundo e os irmãos. A tua presença é trigo, porém muitas vezes se confunde com o joio. Joio que não tem utilidade, joio não presta para nada, joio que confunde a terra.
Por isso meu irmão irmã, Jesus explica, agora interessante porque no momento correto e não precipitadamente, quando o Senhor tira o joio, ele dá um destino, ele queima, ele incinera, ele não serve para nada, só serve para confundir, só serve para criar situações de confusão.
E assim Jesus também fala do final dos tempos, muitos daqueles que só foram joio, que não usaram de seu trigo para alimentar a vida neste mundo, serão também eliminados da Graça do Senhor é aquela visão que nós temos desde a catequese infantil, do inferno, o que é inferno? É um estado de Espírito, é uma situação de tormenta, de uma angústia profunda, contínua da nossa alma, é o joio que não deixa de cessar nunca, é o joio que não tem utilidade e toma a nossa existência.
O Senhor explica então, tão bem essa parábola, para que nós possamos também, primeiramente deixar o tempo de Deus, que é didático, pedagógico, curativo, entrar no nosso tempo e curar, e tirar, e dissipar, ceifar tudo que é joio na nossa existência e assim nós, com Deus, possamos oferecer o nosso melhor, o nosso trigo para vida do mundo.
Padre Jackson Frota, sss
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