Deus seja louvado meus irmãos por mais uma semana que estamos iniciando na sua presença, quero saudar a todos que estão aqui na Capela nossos amigos que compõem a equipe celebrativa, mais saldar também os irmãos que nos acompanham através desta transmissão ao vivo, saudar nossos avós maternos e paternos, nossos segundos pais, a luz do bom exemplo do carinho da educação, do acompanhamento de Joaquim e Ana que tão bem educaram a jovem de Nazaré, a nossa querida Mãe, a Virgem Maria.

Queremos pedir a Deus primeiramente que abençoe todos os nossos avós aqueles que já estão na glória Celeste para que suas almas estejam iluminadas pela presença do Senhor e eles intercedam por seus filhos e netos aqui na terra e queremos rezar por aqueles que ainda continuam conosco para que possam aproveitar bem de sua idade, de sua sabedoria e de sua presença, que Deus abençoe a todos com saúde, com paz e ainda uma vida longa para poderem cumprir  bem com suas missões aqui na terra.

Iluminados por essa primeira intenção de orações pelos nossos avós, nossos segundos pais, queremos também pedir a Deus que nos dê a graça de compreender a sua palavra para essa décima sétima semana do tempo comum, ouvirmos na primeira leitura meus amigos o que Salomão pediu a Deus, este homem poderia ter pedido como Rei, riquezas, barras de ouro, rubi, diamantes, podia ser também, temido pelo povo, podia ter pedido a Deus grande poder, o poder de temor, de colocar medo diante do povo, podia ter pedido muitas mulheres, podia ter pedido grande fama. Deus pergunta ao filho de Davi, Salomão: Que tu queres como bênção, para que você administre bem o meu povo? E Salomão pediu algo que a gente deveria pedir todo dia, que é essencial, um coração sábio, um coração inteligente.

Vou repetir o que Salomão pediu, que deveria estar na nossa boca todo dia em oração: Senhor, eu não peço ouro, eu não peço poder, nesse poder de mando, de autoritarismo, mas eu peço uma coisa que o Senhor me dê um coração sábio e inteligente, porque com sabedoria e inteligência eu vou saber discernir o que é melhor para o teu povo, vou discernir o caminho que me leva a luz, mas também o caminho que pode me levar a queda, a destruição e levar tantos outros comigo, como Rei, como o primeiro, a conduzir esse teu povo e Deus fica tão feliz com pedido de Salomão, que Deus confirma: o teu reinado será marcado pela sabedoria.

A sabedoria que não é algo efêmero, passageiro, porque nós criamos uma intimidade com o Criador a ponto dele nos dar o discernimento, ao passar do nosso tempo, aquilo que é luz, aquilo que são trevas, aquilo que é o bem, aquilo que é o mal e eu ao passar do tempo vou me tornando uma pessoa com discernimento. Essa sabedoria ela se torna um exercício diário, conquistado dia após dia e o Senhor vai confirmando quando nós nos abrimos a este coração sábio e inteligente.

Essa primeira leitura então nos chama muita atenção para o que é essencial, na Literatura Infantil nós temos um maravilhoso livro que as crianças lêm, os jovens, e alguns adultos, que chama o Pequeno Príncipe, de Sant Exupéry,e ele fala o seguinte: o essencial é aquilo que os olhos não conseguem ver, é invisível aos olhos o essencial, porque quem realmente vê o essencial de uma vida, é o coração, muitas vezes a gente corre atrás de tantas coisas supérfluas, secundárias e deixa o essencial passar, hoje a palavra está dizendo que o essencial é a busca da sabedoria, um ser humano sábio é um ser humano que progride na vida, não só no campo material, nas suas escolhas, mas no seu campo humano, afetivo e espiritual, é uma pessoa que acerta, como o próprio São Paulo disse aos Romanos na segunda leitura, tudo concorre para aqueles que amam a Deus, ou seja, tudo acontece de melhor para aqueles que buscam o essencial: a sabedoria.

Vou repetir: o essencial, como disse lá na literatura, é muitas vezes invisível aos olhos humanos, mas não ao coração. Um coração que é aberto a Deus aprende a fazer a busca correta, o discernimento propício ao seu crescimento e o crescimento dos outros, como tão bem Salomão desejou. Salomão não quis crescer sozinho, Salomão foi um Rei que quis levar todo o povo de Deus ao crescimento, é tanto que ofereceu entre tantas coisas maravilhosas, construiu um belíssimo templo, para que todo povo pudesse ser uma sua família e adorar o Deus verdadeiro. Veja, ele arrastou uma multidão para Deus, ele não quis um crescimento só, a sua sabedoria levou a se manifestar em tantos outros para buscar o que é essencial: Deus!

Continuamos a ouvir de Jesus então, essa busca do essencial, e aí Jesus disse, que a sabedoria se dá naqueles que buscam pertencer o Reino dos Céus, que já está aqui. Domingo passado, o 16º domingo do tempo comum, a gente ouvia Jesus falando das parábolas e explicando um pouco o que é o Reino dos Céus, que é parecido com alguém que semeia a sementes, que cai às vezes no meio das pedras, dos espinhos ou em terra boa e se a semente que a palavra de Deus, a benção do Senhor, cai na terra boa, um coração que está aberto, preparado para Deus cresce e multiplica e gera frutos, 100, 60, 30, cada um à sua medida.

O Reino dos Céus também é parecido com a semente de mostarda, pequenininha, insignificante, mas quando ela cai no coração do ser humano, e o ser humano acolhe essa semente, ela cresce e se torna algo tão forte, tão robusto que é capaz de acolher os pássaros do céu ao se tornar uma grande Hortaliça. O Reino dos Céus é também é parecido com o fermento que uma mulher envolve o fermento na massa e quanto mais ela envolve mais ela se mistura, mais aquela massa cresce e fica com seu volume bastante visível assim é o Reino dos Céus. Está aqui, está entre nós, muitas vezes não visível porque a gente nem sempre busca essencial, a gente busca o que é supérfluo, secundário a gente se agarra à pessoas, se agarrar a carros, se agarra a casas, se agarra a coisas que passam com a ferrugem, com a traça, com o tempo.

A gente esquece de agarrar o essencial e isso Jesus continua a explicar hoje, nesse domingo, ele fala tão bem que o Reino dos Céus é como alguém que encontrou um terreno e esse terreno tem um Tesouro e ele troca tudo que não é essencial, ou seja com alegria, ele disse olha, um homem encontrou no terreno um tesouro e ele foi largar de lado tudo o que ele achava que não era mais valioso do que esse terreno e com alegria, ele não fez essa troca com raiva, por obrigação, quando a gente opta pelo essencial, por Deus a gente não faz por obrigação, a gente não faz porque a gente acha que vai fazer uma troca errada, a gente faz com confiança, eu o coloco de lado aquilo que não é essencial pra agarrar o que é, entre eu e Deus, o essencial e assim ele disse: Um homem vende tudo pra comprar aquele terreno, porque ele sabe que aquele terreno possui um tesouro muito maior do que tudo o que ele possuía. Esse é o primeiro exemplo que Jesus nos dá, as vezes a gente precisa abrir mão de um tanto de coisas que são supérfluas pra gente agarrar, aquilo que realmente vale a pena nesse mundo, aquilo que alimenta o nosso espírito, que é eterno, que não é passageiro e nem muito menos limitado, é infinito.

Jesus continua a dizer ele é também parecido com um comprador de Pérola, que da mesma forma, ele procura, procura desesperadamente comprar pérolas, e ele encontra a Pérola mãe, a mais especial, a mais valiosa, do mesmo jeito ele vende tudo para comprar aquela pérola. O Senhor então está só nos ensinando, o que é o Reino dos Céus, não é algo longe, é algo aqui, já está presente entre nós, mas muitas vezes nossos olhos não conseguem ver, somos tão preocupados com tantas coisas supérfluas, somos tão preocupados com tantas situações, que o essencial se torna invisível aos nossos olhos. Que o nosso coração seja bem parecido com coração de Salomão, mais sábios, na busca daquilo que vale a pena nesse mundo e que o Senhor nos ajude a fazermos o melhor caminho, com sabedoria, com inteligência, sem buscar arrependimentos, nem angustias e nem desesperos e que a mão do Todo Poderoso nos guie ao longo dessa nova semana. Que assim seja. Amém

Padre Jackson Frota, sss