Celebração da Fé 05/08/2020 – Áudio Pe. Jackson Frota, sss

Celebração da Fé 05/08/2020 – Áudio Pe. Jackson Frota, sss

“A mulher insistiu: ‘É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!’. Diante disso, Jesus lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!’. E desde aquele momento sua filha ficou curada” (Mateus 15,27-28).

Querido irmão, querida irmã, a Palavra do Senhor hoje, apresenta através da própria profecia de Jeremias a manifestação de um Deus que ama toda a sua criação e de uma forma muito particular no reino vegetal, mineral, animal, ele reina e quer ser amado e quer amar a sua obra prima, o ser humano, a ponto de dizer com amor eterno eu te amei, ou seja Deus eternamente ama a criação e ama de forma particular a cada um de nós.

Infelizmente este amor nem sempre é correspondido, porque agimos com muito desamor em muitas situações da nossa vida, esse desamor ele é demonstrado quando eu não perdoo, quando eu não cuido do outro, quando eu sou grosseiro, arrogante, prepotente, com o meu próximo, quando eu usurpo, quando eu tiro a paz interior de quem está ao meu lado, quando eu persigo, quando eu não fico feliz com a felicidade do outro.

Esse desamor ele fica evidente nessas atitudes e em tantas outras, mas Deus continua dizer: com o amor eu te amei! Esse amor é demonstrado na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai que ama tanto filho e esse filho que ama tanto o Pai, que manifesta a força desse amor na força da criação e por que tudo flui, tudo corrobora por aqueles que amam a Deus e buscam o bem, que esse amor vai corrigindo, vai conduzindo a história da vida humana.

Com amor eterno eu te amei! Tomemos posse desta expressão tão bonita através do profeta Jeremias do Oráculo de Deus. É com amor, não passageiro porque não seria amor, não é uma simples paixão, não é simples gostar, é com amor e é eterno que eu te amei.

A partir dessa experiência o povo de Israel vive também seus momentos de queda, de declínio, o povo de Deus Infelizmente nem sempre foi amoroso consigo mesmo e nem com o próprio Deus, que tanto fez, desde do deserto lá da luta do Egito, até a chegada na terra prometida. Muitas vezes esse povo de Deus eleito para ser então, um portal para todas as outras Nações do mundo, foi infiel foi sem amor, foi alguém que infelizmente teve a eleição e a predileção para ser uma Nação Santa, mas nem sempre deixou o seu Sacerdócio Régio, seu sacerdócio do bem gerar frutos.

E é por isso que o próprio Evangelho apresenta hoje, uma estrangeira, alguém aflita porque estava perdendo a sua filhinha. E aqui nós estamos falando de um amor materno, amor de mãe, que é capaz de passar fome para alimentar seus filhos, amor de mãe que é capaz de abrir mão da sua própria vida num parto e diz para o médico, para o obstetra: eu prefiro morrer mas salva a minha filha, salva o meu filho. Esse amor que a gente não explica mas a gente sabe que existe, porque é um amor muito próximo do amor de Divino, do amor de doação.

Evidentemente que nós temos as exceções, no tempo presente a gente acompanha várias notícias de mulheres, de mães, que matam suas filhas, seus filhos ainda mesmo no momento do nascimento, são exceções, porém, como regra geral ou seja, como padrão, amor de mãe é um amor eterno, é um amor muito forte, é um amor de gerações e aquela mulher então, clamava por amor, a cura da sua filhinha, só que ela não era Judia, só que ela não era de Israel, ela era da Cananéia, Caná, e assim ela pede ao Senhor, só que os discípulos que a tanto tempo já estavam caminhando com Jesus, em vez de criar caminhos de aproximação, criam obstáculo.

Uma experiência de desamor, cria obstáculo entre a mulher que grita, que súplica a cura por amor a sua filha a Jesus e a ponto de dizer: Jesus, despede essa mulher que essa mulher vem gritando, ela vem gritando, ela não é um de nós, porque que o Senhor vai fazer alguma coisa por ela? Ela não é um de nós! Assim como se a gente fosse donos do Espírito Santo, como determinada Igreja, família, pessoa, fosse detentor da ação do Espírito de Deus.

Só que não é assim, nos escapa, esta força, porque é AMOR ETERNO e nós não podemos conter o AMOR ETERNO todo em nós, ao contrário, somos nós que somos contidos no AMOR ETERNO de Deus. O amor do Senhor em infinito demais e por isso ele cabe a todos, agora, eu não posso abarcar todo o AMOR ETERNO de Deus só em mim.

E aí Jesus então, faz um trocadilho, para provocar justamente, aqueles Judeus que estavam ali tendo a grande oportunidade de mudar suas vidas porque o próprio Verbo Divino estava encarnado ali entre eles e eles não mudavam seus comportamentos. E aí Jesus provoca, Ele provoca dessa forma: Mas mulher, é correto eu deixar de dar pão aos filhinhos para dar aos cachorrinhos? Ele não quis aqui, humilhar, se alguém que ler o texto pode dizer assim, Jesus humilhou a Cananéia, muito pelo contrário Jesus usa dessa provocação, para provocar os Judeus, para provocar os que já se achavam santos, salvos e que não estavam corretamente seguindo o mandamento do Senhor.

E sabiamente, a mulher não se sentiu ofendida, nem humilhada, ela foi muito sábia, ela disse: É Senhor, mas até mesmo as migalhas que caem para os cachorrinhos elas devem ser acolhidas, ou seja, até mesmo a revelação de Deus que os judeus não assumiram, não acolheram tão bem, a ponto de levar Jesus à morte, todas as outras Nações, todos os outros homens e mulheres que não são de Israel, podem se agraciar, se alimentar do restante dessa graça maravilhosa que Deus concede a todos.

As migalhas dos pães representa isso, é todo o mais da Revelação, que os judeus não foram capazes de acolher, de viver, então em nenhum momento Jesus está humilhando a Cananéia, ao contrário, Jesus aproveitando daquele momento para provocar o povo de Israel que havia sido eleito para a grande revelação, mas infelizmente não estavam abertos ainda a acolhida do próprio filho de Deus, a ponto de levá-lo a morte.

Meus irmãos somos alimentados pela graça do Senhor, todos nós somos esses estrangeiros que não são filhos diretos de Israel, mas somos filhos diretos do amor eterno. Com amor eterno eu te amei, porque nós somos frutos do mesmo amor, que nós podemos dizer ao Senhor, faça-se em mim Senhor a tua vontade e que assim seja e que a graça me alimente hoje e para toda a eternidade com o Senhor!

Padre Jackson Frota, sss

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