“Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mateus 12,49-50).
Salve Maria, salve a Mãe do nosso Divino Salvador, salve a intercessora de toda a humanidade.
Ao redor da mesa do Senhor, hoje, ao celebrarmos a Palavra, o Pão Sagrado e a Bênção de Deus, nos unimos a toda a igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, para vivermos e celebrarmos a festa de mais um título da sua mãe e nossa intercessora, a Virgem Maria. A jovem camponesa de Nazaré, a humilde serva do Senhor, aquela que com seu Fiat com seu SIM, acolheu o Verbo Divino em seus seio e se tornou para todos nós o portal da Encarnação do Verbo Divino tomando forma humana e sendo para nós, o Salvador. Maria recebe em diversas partes do mundo títulos, títulos de honra, títulos de carinho, títulos de devoção.
Muitas vezes está ligado esse título, a um lugar específico como por exemplo, Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Fátima em Portugal, Nossa Senhora de Lourdes na cidade de Lourdes na França ou a uma situação existencial, uma realidade de súplica, por exemplo, Nossa Senhora da Saúde, aqueles que estão acometidos enfermidades, Nossa Senhora dos Navegantes para proteger os Navegantes, mas também os pescadores e todos aqueles que vivem no mar e assim por diante.
É o povo de Deus, que expressa o seu carinho, o seu amor, à Mãe do nosso Salvador, com títulos para dizer o quanto ela é importante para todos nós em nenhum momento o povo Cristão desejou ou deseja que Maria ocupe o lugar de Deus. Sabemos que ela é criatura, porém, toda cheia de graça, toda, repleta e protegida do pecado original, de todo o sentido de mal que possa abater o ser humano. Ela não é deusa, porém, é a bem-amada, amada de Deus, a preservada do pecado, para acolher o Verbo Divino.
Com Maria nós também lembramos, hoje, o título de Nossa Senhora do Carmo, a Nossa Senhora do Carmelo, lembrando que a família Carmelita no século XIII, fazia sua experiência de viver retirada no Monte Carmelo, no norte de Israel, teve a experiência Mística de receber o sinal do escapulário, esse instrumento de devoção Carmelita, mais que traz na sua insígnia a imagem de Nossa Senhora e a imagem de Jesus Cristo, como os grandes protetores da humanidade. Ela, revestida de sol, protegida pela força do Pai, é para todos nós a mulher do Apocalipse, a mulher que pisa na cabeça da serpente, do dragão que quer vorazmente devorar os filhos de Deus. É aquela que nos ensina a coragem, de continuarmos perseverantes no Senhor.
Que Nossa Senhora, a mãe do Carmo, faça das nossas casas também um Monte Carmelo, um monte em que nós possamos fazer experiência da intimidade com Deus, a experiência dentro do nosso apartamento, da nossa casa, na nossa roça, no nosso caminho, onde vivemos com a nossa família, fazer experiência de tornar esta casa o nosso Monte Carmelo. Onde Deus fala conosco, onde de Deus se revela, onde nós nos aproximamos também de Deus, onde nós também sentimos a graça de perdoarmos uns aos outros, e podermos construir um caminho de amor, de aprendizado, de recomeço.
Ah se toda casa, ah se todo Lar, ah se toda a igreja doméstica, compreendesse que, temos a oportunidade de fazer do nosso lar esse Monte Carmelo, onde Deus se manifesta e onde a Virgem Maria se torna a guardiã do nosso lar, aquela que com o seu manto maternal nos protege, protege os seus filhos da tirania do maligno, da tirania daquele que quer, que nós desistamos das forças do bem, que desistamos de Deus.
O próprio Evangelho de Mateus hoje nos apresenta um fato importantíssimo, para compreendermos a oportunidade que o Senhor Jesus aproveitou, para poder mostrar aos seus discípulos quem pode pertencer à sua família. No primeiro momento entendemos que Jesus está dentro de uma casa, está com seus discípulos, muito provavelmente, pregando a palavra de Deus. Alguém diz que Maria e os seus parentes, seus irmãos, aqueles que são seus familiares estão lá fora. Muito provavelmente havia alguns dias, que talvez Jesus estivesse distante da sua mãe e dos seus demais parentes. E alguém então disse: Ó Senhor lá fora está a tua mãe e teus irmãos, ou teus parentes, melhor tradução seria teus parentes e querem falar contigo e Jesus diz: quem é minha mãe? quem são meus irmãos?
É claro que Jesus sabia que Maria é sua mãe e os demais parentes de sua família, não se trata aqui de uma ignorância, de um desprezo, quem lê literalmente esse texto, pode até dizer: Tá vendo, Jesus desprezou Maria, desprezou os demais familiares. Não, não é isso, não podemos entender dessa forma, a compreensão exegética e hermenêutica desse texto bíblico nos leva a entender que Jesus aproveitou aquele grande momento, para dizer quem participa da sua família, quem pode se inserir na sua família, quem pode se sentir também mãe, irmão, irmã, alguém próximo, que divide a mesma mesa, que aprende a perdoar e amar e conviver com Jesus.
Ele diz: é todo aquele, é toda aquela, que faz a vontade do meu Pai! Essa é a condição, essa é a chancela, para que possamos participar da família do Senhor. Em nenhum momento se trata de desprezo, ao contrário, é estratégia, uma oportunidade, um momento muito oportuno, que Jesus aproveita para fazer então esta orientação para a vida daqueles que estavam com ele. Vocês querem fazer parte da minha família? Vocês querem ser minha mãe, vocês querem ser meu pai, vocês querem ser meus irmãos, vocês querem e se sentir íntimos comigo? Então façam pratiquem a vontade do meu Pai!
E aí alguém pode me perguntar agora nesse momento, você que está me ouvindo no áudio da celebração da Fé. Padre e como fazer a vontade do pai? Como saber se nós estamos fazendo a vontade do Pai?
Meus irmãos, os sinais dos tempos confirmam se você está no caminho certo, se você está condizente com a palavra do bem, se você realmente é coerente com a vontade de Deus, tudo influencia para o melhor na sua vida, tudo contribui, tudo conspira para confirmar que você está no caminho certo. Mas quando você não está construindo esta vontade do Pai, quando você está fazendo o caminho contrário, na contramão às forças do bem, também tudo contribue para queda, para ruína, para o arrependimento, para a dor.
Por isso peçamos a Deus a graça de fazermos a vontade Dele, assim como Maria tão bem fez, diante do momento da Encarnação, diante do Anjo Gabriel, ela mesmo disse, imagina o que passava na cabeça de Maria, no seu coração, não faço a minha vontade mas a vontade do meu Senhor.
Que assim, esta palavra de Maria ecoe hoje, na nossa mente, no nosso coração, nas nossas orações: Que seja feita a vontade de Deus na nossa vida porque que tenho certeza, que sendo a vontade de Deus, vai ser sempre melhor para nós, Ele não quer ruína Ele não quer a queda , Ele não quer o sofrimento de nenhum dos seus filhos. Então, se o nosso caminho estiver na vontade de Deus, tudo vai ser melhor na vida. Quando eu imponho o meu querer, a minha vontade particular, nem sempre é a vontade de Deus e aí vem a dor, o arrependimento, o sofrimento.
Que a Virgem Maria, mãe do Carmo, estenda seu manto sobre cada um de nós, que a sua intercessão alcance todas as nossas famílias e a humanidade que passa por esse momento tão difícil da epidemia. Que essa peste cesse pela sua intercessão de Mãe e que ela nos faça fiéis, fidelíssimos ao seu filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. E uma vez mais próximos de Jesus, possamos praticar a vontade do nosso Pai.
Padre Jackson Frota, sss
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